9 de nov. de 2007

Sou só eu

- por Karol Felicio

Sou tempero na sua fome e cachoeira na sua sede
Sou caras e sou bocas
vermelhas, molhadas, lambidas
Sou pegadas e mordidas, sou seu fruto proibido
seu tapete e sua escada

Sou o que você sonhar
Mas não sou sua, meu bem, não pertenço a ti nem a ninguém
Sou livre, de alma leve, coração ardente
Sou floresta e sou semente em terreno fértil onde o que se planta dá

Sou santa e imaculada, imagem nunca tocada, mulher para ser venerada, dama e pernas cruzadas
Sou seu porto e te seguro, seu banquete e seu altar, sou o que você sonhar

Mas sou eu
E sem algemas
Não sou sua, meu bem, não te pertenço nem a ninguém.