- por Karol Felicio
Essa noite
Faremos um pacto de ar e retina
A nos olhar de frente e respirar com calma,
E os olhos cruzados a vazar a alma
Sincronia no ponto de partida
O reconhecimento.
Um pacto de vida
De respirar fundo antes do grito
De perder o ar,
E de suspiros.
De respirar juntos e não sufocar
E, sempre, os olhos cruzados a vazar a alma
Só assim caminharemos o mundo
E não haverá ponto de chegada
13 de dez. de 2010
21 de set. de 2010
Descolorindo
- por Karol Felicio
O cansaço bateu no relógio às dezoito e quinze. Mas já eram vinte.
Meu relógio atrasou.
Não deu conta de acompanhar meu dia.
E toda essa inquietude de idéias, planos e prazos.
Meu relógio descompassou com a minha velocidade.
O coração adiantou.
Meus batimentos correm mais acelerados que minha vida, que corre mais rápido que meu relógio, que parece caminhar ouvindo pássaros.
Não tenho conseguido ouvir os pássaros.
Nem meus próprios passos. Atropelados.
Meus pensamentos têm corrido num vai-e-vem frenético. Aritmético.
Seguindo em frente. Pulando.
Mal tenho conseguido olhar as cores.
Esse é meu medo.
De tanto correr, que a minha vida fique.
Em preto e branco.
O cansaço bateu no relógio às dezoito e quinze. Mas já eram vinte.
Meu relógio atrasou.
Não deu conta de acompanhar meu dia.
E toda essa inquietude de idéias, planos e prazos.
Meu relógio descompassou com a minha velocidade.
O coração adiantou.
Meus batimentos correm mais acelerados que minha vida, que corre mais rápido que meu relógio, que parece caminhar ouvindo pássaros.
Não tenho conseguido ouvir os pássaros.
Nem meus próprios passos. Atropelados.
Meus pensamentos têm corrido num vai-e-vem frenético. Aritmético.
Seguindo em frente. Pulando.
Mal tenho conseguido olhar as cores.
Esse é meu medo.
De tanto correr, que a minha vida fique.
Em preto e branco.
22 de jun. de 2010
A música que não fiz para você
- por Karol Felicio
Você me pede uma música, eu não sei fazer
Não tão bem quanto você me faz
Quando você me faz
Nem tão ritmada quanto o nosso amor
Como esse balanço, e toda essa dança
De quando nos enroscamos
Peles de seda, tecidos que escorregam
Mas quando cai a noite eu sou a letra
E você é melodia
Suave
Ouvidos adentro - atentos - às pontas dos dedos
Deliciosa e silenciosamente
Como o som dos beijos
Dos doces, estalados, demorados, derramados
Mas você me pede uma música e eu não sei fazer
Não tão bem quanto a que a gente faz
Quando você me faz.
Você me pede uma música, eu não sei fazer
Não tão bem quanto você me faz
Quando você me faz
Nem tão ritmada quanto o nosso amor
Como esse balanço, e toda essa dança
De quando nos enroscamos
Peles de seda, tecidos que escorregam
Mas quando cai a noite eu sou a letra
E você é melodia
Suave
Ouvidos adentro - atentos - às pontas dos dedos
Deliciosa e silenciosamente
Como o som dos beijos
Dos doces, estalados, demorados, derramados
Mas você me pede uma música e eu não sei fazer
Não tão bem quanto a que a gente faz
Quando você me faz.
11 de mai. de 2010
E sendo eu...
- por Karol Felicio
Hoje eu decidi viver,
Abandonar as neuras, ignorar os traumas, atropelar fraquezas.
Hoje eu decidi viver,
Dar vazão a essa inquietude, essa palpitação, a mim querendo sair.
Hoje eu decidi ser eu,
Me resgatar do fundo, abrir os braços bem alto, dar um grito bem forte, gargalhar.
Hoje eu decidi ser eu,
Viver ao máximo por mim, do jeito que você me conheceu.
Hoje eu decidi viver. Ser eu. Ser mais. Por mim. Para você.
Hoje eu decidi viver,
Abandonar as neuras, ignorar os traumas, atropelar fraquezas.
Hoje eu decidi viver,
Dar vazão a essa inquietude, essa palpitação, a mim querendo sair.
Hoje eu decidi ser eu,
Me resgatar do fundo, abrir os braços bem alto, dar um grito bem forte, gargalhar.
Hoje eu decidi ser eu,
Viver ao máximo por mim, do jeito que você me conheceu.
Hoje eu decidi viver. Ser eu. Ser mais. Por mim. Para você.
6 de mai. de 2010
Branco
(texto do meu querido amigo e escritor André Rosa, que divido com vocês)
Deu saudade
Agora às três da tarde
Dos beijos dela
Nessa quarta chata
Que mais se parece com um domingo
Deu saudade também das botas da Karol
E das poesias da Karol
E de arrepiar os pêlos ao lê-las
Deu saudade dela também
E de seus acessórios exóticos
Mas deu mais saudade
Da quase namorada
Que foi embora antes de chegar
É o nome dela que ecoa em meus pensamentos
E escrevo para ela que nem vai me ler
E as poesias da Karol heim...
Arrebatadoras
Felício o sobrenome dela
Feliz eu fui à porta do quarto de Cássia
Cujo nome de flor
Ainda me perturba
Porque hoje sou passado
E no livro dela...
Apenas uma página virada
E é claro...
Em branco!
André Rosa
Deu saudade
Agora às três da tarde
Dos beijos dela
Nessa quarta chata
Que mais se parece com um domingo
Deu saudade também das botas da Karol
E das poesias da Karol
E de arrepiar os pêlos ao lê-las
Deu saudade dela também
E de seus acessórios exóticos
Mas deu mais saudade
Da quase namorada
Que foi embora antes de chegar
É o nome dela que ecoa em meus pensamentos
E escrevo para ela que nem vai me ler
E as poesias da Karol heim...
Arrebatadoras
Felício o sobrenome dela
Feliz eu fui à porta do quarto de Cássia
Cujo nome de flor
Ainda me perturba
Porque hoje sou passado
E no livro dela...
Apenas uma página virada
E é claro...
Em branco!
André Rosa
13 de abr. de 2010
Construção
- Karol Felicio
E quando eu olho meu coração [nessa caixinha confortável] já se acalmando pela rotina dos dias – às vezes chatos - pelo “bom dia” e pelo “bom trabalho”, pelo “boa noite” e pelo cuidado, por aqueles dias nublados e todos os dias corridos no calendário, aqueles que voam e os que se arrastaram... Aí vem você - e me engole - com esse sorriso largo, com seus dentes brancos, com seus atos falhos, com todas as suas sardas e todos esses braços. Aí vem você com esse seu abraço. Abrindo aquele vão na espinha, aquele frio gelado. Com todos os seus beijos, com meu descompasso. Vai preenchendo aos poucos todo esse seu espaço, vai me renascendo sem ter me matado, e fortalecendo o que nunca foi fraco, me surpreendendo com um novo ato, um transbordamento em continuidade. Especializou-se em contradizer o tempo da ciência a validade da paixão. Vai me ensinando o que é amor de fato. Vai fixando esse olhar exato - e nos entregamos e nos derretemos e nos derramamos. Meu olhar responde. A gente já pressente esse novo passo.
E quando eu olho meu coração [nessa caixinha confortável] já se acalmando pela rotina dos dias – às vezes chatos - pelo “bom dia” e pelo “bom trabalho”, pelo “boa noite” e pelo cuidado, por aqueles dias nublados e todos os dias corridos no calendário, aqueles que voam e os que se arrastaram... Aí vem você - e me engole - com esse sorriso largo, com seus dentes brancos, com seus atos falhos, com todas as suas sardas e todos esses braços. Aí vem você com esse seu abraço. Abrindo aquele vão na espinha, aquele frio gelado. Com todos os seus beijos, com meu descompasso. Vai preenchendo aos poucos todo esse seu espaço, vai me renascendo sem ter me matado, e fortalecendo o que nunca foi fraco, me surpreendendo com um novo ato, um transbordamento em continuidade. Especializou-se em contradizer o tempo da ciência a validade da paixão. Vai me ensinando o que é amor de fato. Vai fixando esse olhar exato - e nos entregamos e nos derretemos e nos derramamos. Meu olhar responde. A gente já pressente esse novo passo.
17 de mar. de 2010
Palavras com Pele
(Poesias com Gosto e Cheiro)
- por Karol Felicio
Palavras tem pele. Palavras são pele.
Palavras tem poros. Minha pele.
Pele macia. Vontade de abraçar palavras.
Pele àspera. Palavras-calafrio.
Pele quente. Palavras que pingam, escorrem
Palavras que afastam quando a pele esfria.
Minha pele por vezes se quebra, descola do corpo, craquela. Dissolve.
É quando as palavras despencam, batem com força no chão, se fundem, misturam.
E viram poemas. Poesia com gosto e cheiro.
Tenho fome de palavra. Respiro. As deixo vir, sem medo.
Cheiro, mastigo, saboreio.
Eu como palavras.
E também cuspo.
- por Karol Felicio
Palavras tem pele. Palavras são pele.
Palavras tem poros. Minha pele.
Pele macia. Vontade de abraçar palavras.
Pele àspera. Palavras-calafrio.
Pele quente. Palavras que pingam, escorrem
Palavras que afastam quando a pele esfria.
Minha pele por vezes se quebra, descola do corpo, craquela. Dissolve.
É quando as palavras despencam, batem com força no chão, se fundem, misturam.
E viram poemas. Poesia com gosto e cheiro.
Tenho fome de palavra. Respiro. As deixo vir, sem medo.
Cheiro, mastigo, saboreio.
Eu como palavras.
E também cuspo.
18 de fev. de 2010
Convite!
Quero convidar todos para o lançamento do livro Ecos da Alma, uma coletânea de novos autores da qual faço parte com a publicação de três poemas.
O lançamento será na biblioteca Alceu Amoroso, em Pinheiros, Sampa, neste sábado, dia 20, das 15h às 19h. A programação inclui mesa-redonda, declamação de poemas e coquetel.
Beijos, Karol.
10 de fev. de 2010
Ah... o silêncio!
- por Karol Felicio
A gente dorme com fome, come com culpa, vive com pressa, cala com mágoa. A gente deixa passar. Mesmo se a dor não passa.
Ah, o silêncio! Esse bichinho de mãos grandes que abre um buraco entre nós e vai esgarçando o pano enquanto vive. Enquanto a gente morre.
A gente dorme com fome, come com culpa, vive com pressa, cala com mágoa. A gente deixa passar. Mesmo se a dor não passa.
Ah, o silêncio! Esse bichinho de mãos grandes que abre um buraco entre nós e vai esgarçando o pano enquanto vive. Enquanto a gente morre.
21 de jan. de 2010
Queridos que me leem,
Quero dividir uma alegria com vcs... tive a felicidade de ser convidada para ser correspondente da Academia Brasileira de Poesias e, é claro, aceitei. Meu perfil já foi criado no site da Academia e já passei para lá alguns textos meus.
http://www.rauldeleoni.org/correspondentes/karol_felicio.html
Espero que gostem!
Beijos
Karol Felicio
http://www.rauldeleoni.org/correspondentes/karol_felicio.html
Espero que gostem!
Beijos
Karol Felicio
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