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-por Karol FelicioA noite cai
Escura, gelada
Os 12º graus de sempre
O chuveiro quente
O corpo ferve
Aromas, vapor
Banheiro escuro
À luz de velas
Os olhos fecham
A mente voa
A boca pede
Mais uma taça de vinho à toa
Tinto
Vermelho da boca
O sangue esquenta
O frio da espinha sobe
O da barriga desce
E transborda
Uma onda de calor toma
Todo o corpo, todo o copo
E a garrafa seca
E molha, não nega
Lá longe a música
Toca, e toca
Um Chico à toa
A poesia voa
Não se prende no papel
Acalma a mente
Liberta a alma
De uma eterna espera
De não se sabe o quê
E o corpo estira
E a cama abraça
E o sono chega
E ela apaga
Mais uma noite boa
Uma noite à toa
Que acaba.
- por Karol FelicioNão espero que você me ligue
Nem espero que reconsidere
Um passo mal dado, um impulso, um tropeço
Eu dispenso a reflexão
- sem mais delongas –
E disperso pensamentos-círculo
Eu me impeço de ser sensata e me safo desse martírio
Um ano ou uma noite
Sempre têm o mesmo fim
- final –
Feliz?
Nem sempre, nem me importa
O desfecho é sempre o mesmo
Então sem dramas, sem volta
Sem discursos treinados e devaneios chatos
O primeiro erro, a primeira noite
É pressuposto de um erro prolongado
Não espero que você me ligue
De qualquer forma não vai dar em nada
- por Karol Felicio
O amor, raízes fortes
Não me esforço, mas recebo água e luz
E me disponho a que ele brote
Disponho-me a sorrir, a conhecer, a chorar de dor
- porque dor de amor dói, mas é doce... –
E me disponho ao toque
Disponho-me a me expor, a conhecer
A te reconhecer em mim
- quem sabe –
E a me reconhecer em você
E de que vale tudo isso senão um renascimento a cada fim
E a cada chuva fina, a cada brisa, a cada dia, as folhas renascem
E a tarde cai, sorrindo
E a noite, menos fria
Então por que não receber?
Ah vida! Motivo melhor para viver?
Sorrir, sofrer, morrer, redescobrir, renascer
Por que não me disporia a você?