2 de set. de 2009

De uma letra só

- por Karol Felicio

Tenho uma fila de poesias encomendadas que me travam
Textos a quatro mãos, orelhas, auto-retratos, temáticos, cartões
Mas poesia não se compra, não se vende, nem se doa
Meu escrito é egoísta, regurgita,
Meu poema não se come, definha, morre de fome
Meus versos solitários não casam com mais nenhum, não combinam, fogem,
por mais que queiram, secam, só de pensar
Meus versos são como eu. Eu seco. Só de pensar.
Eu minto, invento cores, corações, pavores. Meus versos às vezes doem, às vezes fingem. E minhas letras se unem e mentem por mim. Meus versos mentem, mim que não sou.
E tem quem compre, mesmo que eu não venda.

4 comentários:

Anônimo disse...

Como assim??? Vc respira junto comigo, viemos da mesma veia de pensamento e (fingimento) dor?

Beeeeijos, flor

matheus matheus disse...

Já comprei, já comprei! E não paguei nada! Bjux

Carenu disse...

Gostei muito desta !! diga-me se é favorável as: poesiadelisocarenu.blogspot
parabéns pela sua inspiração e percepção.
espero que aprecie !!

Antonio Sávio disse...

Lindo. Alguns poucos poemas são geniais assim. Algo que nunca nos passou pela mente, mas que, após a leitura, pensamos: - É óbvio que é isso o que sinto.
Genial! Sem medo de errar.