29 de abr. de 2012

Respicere




- por Karol Felicio

Sim, estamos doentes. Cegueira do preconceito, tumor do ego, fraqueza do julgamento.
Estamos embriagados. Tomamos uma dose de verdade absoluta, atacamos o desconhecido, o que tememos ou não dominamos.
Julgamento entorpecente, carente de autoanálise.
Palavras guilhotina. Palavras bumerangue.
Apontamos quatro dedos para nós em julgamentos baseados em puro espelho. O que em nós se ofende tanto? O que em nós reflete tanto? Reflitamos.
Tolerância e Respeito - repete meu mantra interior. Se ainda não estamos preparados para o Amor universal, lutemos por este primeiro passo para a cura.
Respeitar, do latim respectus, particípio passado de respicere, olhar novamente. É a capacidade de olhar novamente, mais vagarosamente o outro.
Busquemos conhecer o que não entendemos. Quanto mais saber, maior compreensão.
Silenciemos. Doença de alma tem cura, mas é preciso olhar para dentro. É preciso olhar profundo. E não recuar. Tem que ser forte, se enxergar pequeno, para nascer grandeza. Grandeza de espírito. Daí brotar amor. Amor generoso, fraterno.
Enquanto esse dia não chega, pratiquemos: RESPEITO.  
E o mundo estará salvo.

6 comentários:

Celine Ramos disse...

suas palavras são sempre pílulas desse remédio necessário. um amor pelo que você pensa. respeito pelo que você escreve.
um beijo, flor.

Karol Felicio disse...

Celine, seus comentários sempre reafirmam minha vontade de escrever. Obrigada pela beleza das palavras. Bjs!

Natália Gomes disse...

"Busquemos conhecer o que não entendemos. Quanto mais saber, maior compreensão." Porque julgarmos o desconhecido não é mesmo? Sábias palavras Karol quanto mais compreendermos o outro mais perto estaremos do amor universal! Disse tudo, como sempre adoro te ler! Um beijo...

Anônimo disse...

Quando o umbigo se fecha, a boca se abre: Quando surge a voz do outro, é a dimensão outra que se abre. É nela e por ela que se busca significar o contato ritmado dos cuidados simultâneos com as inflexões mais inconscientes que esse contato provoca.Esta beleza realista da voz, na medida que é veiculada, escutada,entendida, resignificada, provoca o sujeito e seus desejos. Por fim, redirecionando seu olhar. Bjus

Karol Felicio disse...

(Anônimo) - "Quando surge a voz do outro, é a dimensão outra que se abre" - Se bem entendi, essa frase do seu comentário traduz "Respicere". É a porta que se abre pelo respeito. Obrigada.

E, Nati, obrigada por estar sempre por aqui também. :*

Natália Gomes disse...

Por nada Karol, como disse adoro te ler, tenho uma admiração um carinho muito grande por você e suas palavras sábias.. Um beijo...