- por Karol Felicio
E me caça esse olho de águia
Sem pudor, sem freios, sem fala
Com a força que vem e me cala
Há quilômetros, por instinto, veloz
E me larga indefesa, estática
Acuada, imóvel, amarrada
À espreita, um bicho, uma tara
Uma presa, frente-a-frente, o algoz
E te espero, sem resistência
E me exponho como banquete
E me entrego ao seu deleite
Te recebo, um animal
Fareja, envolve, invade
As gotas de suor que calham
Derretem meu rosto que arde
Minha boca concede e se abre
E só me despregue esses olhos
- nervosos de águia –
No buraco do tempo em que a música acaba
Na cera que derrete da vela que apaga
E a brasa queimada no canto da sala
Refaz o cenário da noite que cai
De um suspiro esgotado
Um corpo enxarcado
Um calor esganado
E minh’alma que vai
Os melhores flagrantes da Oktoberfest
Há uma semana