17 de mar. de 2010

Palavras com Pele

(Poesias com Gosto e Cheiro)

- por Karol Felicio


Palavras tem pele. Palavras são pele.
Palavras tem poros. Minha pele.

Pele macia. Vontade de abraçar palavras.
Pele àspera. Palavras-calafrio.
Pele quente. Palavras que pingam, escorrem
Palavras que afastam quando a pele esfria.

Minha pele por vezes se quebra, descola do corpo, craquela. Dissolve.
É quando as palavras despencam, batem com força no chão, se fundem, misturam.
E viram poemas. Poesia com gosto e cheiro.

Tenho fome de palavra. Respiro. As deixo vir, sem medo.
Cheiro, mastigo, saboreio.
Eu como palavras.
E também cuspo.