12 de abr. de 2008

Não é mais

- por Karol Felicio

Nem sei bem quando começou a ferver

Mas evaporou, evaporou...

E esse amor já não sufoca mais o peito, não estufa, nem mais preenche

Porque o amor não se resume à solicitude dos favores, nem à burocracia dos telefonemas com hora marcada para começar e minutos para terminar

O amor que supre está no tom da voz, na doçura do olhar, no aconchego do colo e no que mais piegas possa parecer

Mas tem de ter a temperatura certa do conforto e aquela inebriante tontura que aproxima e não quer largar

Agora parece aquele sonho bom, mas que o despertar não prolonga o sentimento e traz à tona a consciência do fim

E não é trágico, não dói, o dever foi cumprido, o prazo vencido

Apenas evaporou, evaporou...

E secou.